segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

"Às vezes é divertido constatar a que níveis a incompetência pode chegar"


Desisti de comprar livros. Na melhor das hipóteses, compro para dar de presente. Depois que me tornei sócia da ONG Barca dos Livros, decidi que o melhor é escolher um deles dentre tantos em tantas prateleiras. Na última vez que estive lá, escolhi um livro do Jô Soares, "O Homem que matou Getúlio Vargas" (1*), na expectativa de saber qual seria minha opinião sobre a obra dele. Confesso que me decepcionei. O livro é denso e a narrativa perde o foco em detalhes. Não me agradou no geral, exceto pelas citações que comento abaixo.

De acordo com a obra, na cultura sérvia, "o recém-nascido é banhado nas águas do rio Vrbas e, sete dias depois (...) como manda o ritual (...), tem seu testículo direito seccionado e comido pelo pai. (...) Para assombro e orgulho dos semicastrados que participam da cerimônia, o bebê não chora" (p. 19). Interessante essas diferenças culturais. Penso que não há fronteiras entre o que é cultura e o que é violência.

"O melhor modo de extinguir um mito é obrigá-lo a viver" (p. 331). É mesmo. Ninguém tem sucesso por tempo indeterminado. Um dia sempre é diferente do outro e isso nos dá garra e consolo ao mesmo tempo...

"Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História" (p. 333). Comentário de Getúlio antes de apertar o gatilho e cometer suicício. Tenho vontade de ler mais sobre esse personagem da "estória" brasileira, para ter uma opinião mais concreta. Getúlio é pouco narrado no livro e não o considero nem o co-protagonista da trama.

Enfim, como escritor Jô Soares daria um ótimo apresentador...

[1* ruim][2* regular][3* bom][4* ótimo][5* excelente]

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