quinta-feira, 23 de agosto de 2012


O bom filho a casa retorna. Em breve, novas experiências.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Caça às Bruxas


Caça às bruxas é ambientado na Idade Média, à época das cruzadas. No início do filme, somos apresentados ao cavaleiro Behmen (Nicolas Cage) e sua desilusão com as guerras religiosas. Mais além, assistiremos à sua trajetória, ao lado de uma série de companheiros, na tentativa de conduzir uma garota suspeita de ser bruxa até um mosteiro distante. Fácil ver que é filme em trânsito, de peregrinação, em que cada um dos heróis será confrontado consigo mesmo, principalmente no que se refere a seus medos, e precisará enfrentá-los ou cair. Sutilmente, Caça às bruxas talvez esteja mais próximo dos road movies atuais que de boa parte das narrativas ambientadas na Idade Média.

Mesmo assim, constrói suas melhores sequências a partir das tradições dos gêneros em que se inspira. Do filme de sustos às atmosferas que buscam o medo cria, por exemplo, seu prólogo. A ação dos velhos filmes de aventura capa e espada ganha novas formas na luta e na perseguição pela floresta (que filme comercial americano sem sequência de perseguição é impossibilidade teórica), ou no confronto final. E o tempo todo opera com o jogo entre o que sabemos e o que as personagens sabem, com a disputa entre nossos medos e expectativas e os dos heróis – o que resulta, por exemplo, na sequência ambientada na cova coletiva da cidade assolada pela peste.

Tudo isso é sentimento e entretenimento de qualidade. Caça às bruxas vai além ao ser capaz de retratar, sem perder a verossimilhança de sua ambientação medieval, algum desengano e algumas esperanças do ser humano na contemporaneidade. Logo no princípio de sua narrativa, somos confrontados ao fato de que nós e Behmen temos à frente uma coleção de inimigos: a Igreja, o mal (num sentido sobrenatural), o obscurantismo da sociedade, o poder. Aos poucos, perceberemos algo que pode ser precioso além de todos estes.

Se a Igreja como instituição pode ser perversa, a fé e a espiritualidade ajudam nossos heróis a construir sua aliança e alcançar o objetivo. O mal sobrenatural só pode existir fundado na maldade humana, ou seja, a compaixão e a solidariedade são capazes de eliminá-lo. O grande instrumento do mal é a ignorância – o conhecimento liberta. E se o poder institucionalizado resulta necessariamente em injustiça e sofrimento, a liderança individual, baseada no mérito e no respeito, é capaz de vencer todos os obstáculos. O ser humano é bondade e liberdade, parece nos dizer Caça às bruxas, embora frequentemente crie seus próprios obstáculos ou se entregue voluntariamente a eles.
(Marcelo Avellar)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Um olhar para trás - um novo olhar para frente


Me encanta a capacidade de olharmos tudo na vida de maneira diferente a cada momento. O que era ontem não será o mesmo amanhã: nós também não.

Um sábado chuvoso.
Uma reunião de amigos.
E nesse cenário duas figuras que me chamaram a atenção.
Duas mulheres.

A primeira, solta e falante.
A segunda, tímida e introspectiva.
Duas mulheres de gerações diferentes, com vidas e experiências diferentes.
Nada mais interessante do que a vivência do novo com o velho. Se é que é possível esse paradoxo.

O que se espera dessa relação?
Atualmente, não muito. A mais velha resigna-se ao seu mundo das lembranças. Mas, nessa tarde cinza seus olhos brilharam pela atenção dada pela mulher mais nova. Ela pergunta, se interessa pelo Outro a sua frente. O que muito estava ofuscado pelo mundo moderno, rápido e muitas vezes indiferente ressurgiu com energia nova, vibrante, surpreendente ao MEUS olhos observadores.

Não seria esse um bom exercício de humanização?
Não seria esse olhar que nos falta?
Quantas vezes eu olhei dentro dos olhos dos que me cercam?
Quantas vezes vi tudo que querem contar? Histórias que viveram e nunca foram ditas?
Certamente, muito menos olhei aqueles que já não me cercam mais.

Isso me fez falta naquele sábado: saber que esse olhar não poderei mais ter.
Mas nada me faz esquecer de que o domingo foi cheio de olhares, profundos, a procurar histórias e vidas ainda a serem contadas.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O tempo em fatias


"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente.

Para você, desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.

Para você, desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir, todas as músicas que puder emocionar.

Para você neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente para repassar o que realmente desejo a você. Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos. Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto, rumo à sua felicidade! "
(Carlos Drummond de Andrade)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

"As crianças andam não só porque têm pernas, mas porque seus pais assim as permitem."
(Maud Mannoni)