
Me encanta a capacidade de olharmos tudo na vida de maneira diferente a cada momento. O que era ontem não será o mesmo amanhã: nós também não.
Um sábado chuvoso.
Uma reunião de amigos.
E nesse cenário duas figuras que me chamaram a atenção.
Duas mulheres.
A primeira, solta e falante.
A segunda, tímida e introspectiva.
Duas mulheres de gerações diferentes, com vidas e experiências diferentes.
Nada mais interessante do que a vivência do novo com o velho. Se é que é possível esse paradoxo.
O que se espera dessa relação?
Atualmente, não muito. A mais velha resigna-se ao seu mundo das lembranças. Mas, nessa tarde cinza seus olhos brilharam pela atenção dada pela mulher mais nova. Ela pergunta, se interessa pelo Outro a sua frente. O que muito estava ofuscado pelo mundo moderno, rápido e muitas vezes indiferente ressurgiu com energia nova, vibrante, surpreendente ao MEUS olhos observadores.
Não seria esse um bom exercício de humanização?
Não seria esse olhar que nos falta?
Quantas vezes eu olhei dentro dos olhos dos que me cercam?
Quantas vezes vi tudo que querem contar? Histórias que viveram e nunca foram ditas?
Certamente, muito menos olhei aqueles que já não me cercam mais.
Isso me fez falta naquele sábado: saber que esse olhar não poderei mais ter.
Mas nada me faz esquecer de que o domingo foi cheio de olhares, profundos, a procurar histórias e vidas ainda a serem contadas.
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