quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sem ver, sem preconceito


"King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"

Se você me disser que é da raça negra, preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra, pois, se todas as raças são iguais, então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?

Quem propagou a ideia que "negro" é uma raça foram os escravagistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: "Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra".

Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho de ser da raça negra, eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco, mas sim de burro.

Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de v***** e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.

Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:

- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.

Prefiro ser chamado de macaco a ser chamado de girafa. Peça a um cientista que faça um teste de Q.I. com uma girafa e com um macaco. Veja quem tira a maior nota.

Quando queremos muito ofender e atacar alguém, por motivos desconhecidos, não xingamos diretamente a pessoa, e sim a mãe dela. Posso afirmar aqui então que Darwin foi o maior racista da história por dizer que eu vim do macaco?

Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo "preto" pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: "Branco, Amarelo, Vermelho, Negro"?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho, não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas, é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes.

Digo isso porque a patrulha do politicamente correto é tão imbecil e superficial que tenho absoluta certeza que serei censurado se um dia escutarem eu dizer: "E aí seu PRETO, senta aqui e toma uma comigo!". Porém, se eu usar o tom correto e a postura certa ao dizer "Desculpe meu querido, mas já que é um afro-descendente, é melhor evitar sentar aqui. Mas eu arrumo uma outra mesa muito mais bonita pra você!" Sei que receberei elogios dessas mesmas pessoas; afinal eu usei os termos politicamente corretos e não a palavra "preto" ou "macaco", que são palavras tão horríveis.

Os politicamente corretos acham que são como o Superman, o cara dotado de dons superiores, que vai defender os fracos, oprimidos e impotentes. E acredite: isso é racismo, pois transmite a ideia de superioridade que essas pessoas sentem de si em relação aos seus "defendidos" .

Agora peço que não sejam racistas comigo, por favor. Não é só porque eu sou branco que eu escravizei um preto. Eu juro que nunca fiz nada parecido com isso, nem mesmo em pensamento. Não tenham esse preconceito comigo. Na verdade, sou ítalo-descendente. Italianos não escravizaram africanos no Brasil. Vieram pra cá e, assim como os pretos, trabalharam na lavoura. A diferença é que Escrava Isaura fez mais sucesso que Terra Nostra.

Ok. O que acabei de dizer foi uma piada de mau gosto porque eu não disse nela como os pretos sofreram mais que os italianos. Ok. Eu sei que os negros sofreram mais que qualquer raça no Brasil. Foram chicoteados. Torturados. Foi algo tão desumano que só um ser humano seria capaz de fazer igual. Brancos caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio caucasiano, e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos.

Lembra que eu disse que era ítalo-descendente? Então. Os italianos podem nunca ter escravizados os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus. E eles já se vingaram de mim com juros e correção monetária, pois já fui escravo durante anos de um carnê das Casas Bahia.

Se é engraçado piada de gay e gordo, por que não é a de preto? Porque foram escravos no passado hoje são café-com-leite no mundo do humor? É isso? Eu posso fazer a piada com gay só porque seus ancestrais nunca foram escravos? Pense bem, talvez o gay na infância também tenha sofrido abusos de alguém mais velho com o chicote.

Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo "negro" ou "afro-descendente" , tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça, você será apenas preto e eu, branco, da mesma raça - a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita "100% humano", pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça que discute coisas idiotas de uma forma superficial e discrimina o próprio irmão.
(Danilo Gentili)

domingo, 23 de maio de 2010

Vontade de fazer bobiça...


Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir pudim de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente um pedacinho minúsculo do meu pudim preferido. Um só.

Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa. Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um pudim bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O PUDIM é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.

A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca,de aventuras pela metade.. A gente sai pra jantar, mas come pouco.Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.

Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil')..

Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta. Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo. Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar. E por aí vai.

Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...

Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...
Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado'.
Deixar de lado a régua,
o compasso,
a bússola,
a balança
e os 10 mandamentos.

Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito. Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade, mas não agora'...

Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar vários pedaços de pudim, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.
Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.

Por isso, garçom, por favor, me traga: um pudim inteiro um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente. OK? Não necessariamente nessa ordem.

Depois a gente vê como é que faz pra consertar o estrago . . .
(Martha Medeiros)

O tempo é infinito


"Não sejas apenas o hoje...
Não suspires pelos ontens ...
Nem queiras ser o amanhã.
Faz-te sem limites de tempo".
(Cecília Meirelles)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Quando estamos prontos...


Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de
completar o que nos falta.

A gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia é só mais agradável.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais
amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.

Vivemos num mundo onde precisamos nos esconder para fazer amor... enquanto a violência é praticada em plena luz do dia.

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente.

Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém.
(John Lennon)

Viver, viver, viver... enquanto é possível!


NAVEGUE.
Descubra tesouros.
Mas não os retire do fundo do mar.
O lugar deles é lá.

ADMIRE A LUA.
Sonhe com ela.
Mas não queira trazê-la para a Terra.

CURTA O SOL.
Se deixe acariciar por ele.
Mas lembre-se que seu calor é para todos.

SONHE COM AS ESTRELAS.
Apenas sonhe.
Elas só podem brilhar no céu.

NÃO TENTE DETER O VENTO.
Ele precisa correr por toda parte.
Ele tem pressa de chegar.

NÃO APRESSE A CHUVA.
Ela quer cair e molhar muitos rostos.
Não pode molhar só o seu.

AS LÁGRIMAS?
Não as seque.
Elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces.

O SORRISO?
Esse deve se segurar.
Não o deixe ir embora.
Agarre-o!

QUEM VOCÊ AMA?
Guarde dentro de um porta jóias.
Tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia que você possui.
A mais valiosa.

Não importa se a estação do ano muda.
Se o século vira.
CONSERVE A VONTADE DE VIVER.
Não se chega à parte alguma sem ela.

ABRA TODAS AS JANELAS QUE ENCONTRAR.
E as portas também.

PERSIGA UM SONHO.
Não deixe ele viver sozinho.

Alimente sua alma com AMOR.
Cure suas feridas com CARINHO.

DESCUBRA-SE TODOS OS DIAS.
Deixe-se levar pelas vontades.
Mas não enlouqueça por elas.

PROCURE.
Sempre procure o fim de uma história.
Seja ela qual for.

DÊ SORRISO PARA QUEM ESQUECEU-SE COMO SE FAZ ISSO.
Olhe para o lado.
Alguém precisa de você.

ABASTEÇA SEU CORAÇÃO DE FÉ.
Não a perca nunca.
Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.

Agonize de dor por um amigo.
Só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.

PROCURE OS SEUS CAMINHOS.
Mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se.
Volte atrás.
Peça perdão!

NÃO SE ACOSTUME COM O QUE NÃO O FAZ FELIZ.
Revolte-se quando julgar necessário.

ALAGUE SEU CORAÇÃO DE ESPERANÇAS.
Mas não deixe que ele se afogue nelas.

Se achar que precisa voltar.
VOLTE!
Se perceber que precisa seguir.
SIGA!
Se estiver tudo errado.
COMECE NOVAMENTE!
Se estiver tudo certo.
CONTINUE!
Se sentir saudades.
MATE-A!
Se perder um amor.
NÃO SE PERCA!
Se achá-lo.
SEGURE-O!

Circunta-te de rosas.
AMA.
BEBE.
E CALA.
O MAIS É NADA.
(Fernando Pessoa)

terça-feira, 18 de maio de 2010

A Páscoa da Terra crucificada


A páscoa é uma festa comum a judeus e a cristãos e encerra uma metáfora da atual situação da Terra, nossa devastada morada comum. Etimologicmente, páscoa significa passagem da escravidão para a liberdade e da morte para a vida. O Planeta como um todo está passando por uma severa páscoa. Estamos dentro de um processo acelerado de perda: de ar, de solos, de água, de florestas, de gelos, de oceanos, de biodiversidade e de sustentabilidade do própro sistema-Terra. Assistimos estarrecidos aos terremotos no Haiti e no Chile, seguidos de tsunamis. Como se relaciona tudo isso com a Terra? Quando as perdas vão parar? Ou para onde nos poderão conduzir? Podemos esperar como na Páscoa que após a sexta-feira santa de paixão e morte, irrompe sempre nova vida e ressurreição?

Precisamos de um olhar retrospectivo sobre a história da Terra para lançarmos alguma luz sobre a crise atual. Antes de mais nada, cumpre reconhecer que terremotos e devastações são recorrentes na história geológica do Planeta. Existe uma “taxa de extinção de fundo” que ocorre no processo normal da evolução. Espécies existem por milhões e milhões de anos e depois desparecem. É como um indivíduo que nasce, vive por algum tempo e morre. A extinção é o destino dos indivíduos e das espécies, também da nossa.

Mas além deste processo natural, existem as extinções em massa. A Terra, segundo geólogos, teria passado por 15 grandes extinções desta natureza. Duas foram especialmente graves. A primeira ocorrida há 245 milhões de anos por ocasião da ruptura de Pangéia, aquela continente único que se fragmentou e deu origem aos atuais continentes. O evento foi tão devastador que teria dizimado entre 75-95% das espécies de vida então existentes. Por debaixo dos continentes continuam ativas as placas tectônicas, se chocando umas com as outras, se sobrepondo ou se afastando, movimento chamado de deriva continental, responsável pelos terremotos.

A segunda ocorreu há 65 milhões de anos, causada por alterações climáticas, subida do nivel do mar e arquecimento, eventos provocados por um asteróide de 9,6 km caido na América Central. Provocou incêndios infernais, maremotos, gases venenosos e longo obscurecimento do sol. Os dinossauros que por 133 milhões de anos dominavam, soberanos, sobre a Terra, desapareceram totalmente bem como 50% das espécies vivas. A Terra precisou de dez milhões de anos para se refazer totalmente. Mas permitiu uma radiação de biodiversidade como jamais antes na história. O nosso ancestral que vivia na copa das árvores, se alimentando de flores, tremendo de medo dos dinossauros, pôde descer à terra e fazer seu percurso que culminou no que somos hoje.

Cientistas (Ward, Ehrlich, Lovelock, Myers e outros) sustentam que está em curso um outra grande extinção que se iniciou há uns 2,5 millhões e anos quando extensas geleiras começaram a cobrir parte do Planeta, alterando os climas e os níveis do mar. Ela se acelerou enormemente com o surgimento de um verdadeiro meteoro rasante que é o ser humano através de sua sistemática intervenção no sistema-Terra, particularmente nos últimos séculos. Peter Ward (O fim da evolução, 1977, p.268) refere que esta extinção em massa se nota claramente no Brasil que nos últimos 35 anos está extinguindo definitivamente quatro espécies por dia. E termina advertindo:”um gigantesco desastre ecológico nos aguarda”.

O que nos causa crise de sentido é a existência dos terremotos que destroem tudo e dizimam milhares de pessoas como no Haiti e no Chile. E aqui humildemente temos que aceitar a Terra assim como é, ora mãe generosa, ora madrasta cruel. Ela segue mecanismos cegos de suas forças geológicas. Ela nos ignora, por isso os tsunamis e cataclismos são aterradoras. Mas nos passa informações. Nossa missão de seres inteligentes é descodificá-las para evitar danos ou usá-las em nosso benefício. Os animais captam tais informações e antes de um tsunami fogem para lugares altos. Talvez nós outrora, sabíamos captá-las e nos defendíamos. Hoje perdemos esta capacidade. Mas para suprir nossa insuficiência, está ai a ciência. Ela pode descodificar as informações que previamente a Terra nos passa e nos sugerir estratégias de autodefesa e salvamento.

Como somos a própria Terra que tem consciência e inteligência, estamos ainda na fase juvenil, com pouco aprendizado. Estamos ingressando na fase adulta, aprendendo melhor como manejar as energias da Terra e do cosmos. Então a Terra, através de nosso saber, deixará que seus mecanismos sejam destrutivos. Todos vamos ainda crescer, aprender e amadurecer.

A Terra pende da cruz. Temos que tirá-la de lá e ressuscitá-la. Então celebraremos uma páscoa verdadeira, e nos será permitido desejar: feliz Páscoa.
(Leonardo Boff)

O Pequeno Príncipe - Ensaio


Em um livro escrito há mais de 50 anos encontramos muito mais que uma ficção como alguns pensam ou, apenas um livro com lindos pensamento. Exupery ao escrever esse livro tinha outra visão e conceitos sobre eventos e acontecimentos em sua época.

Ensaio sobre o Pequeno Príncipe

O Pequeno Príncipe não é apenas um livro com teor filosófico ou ficcional, deve ser encarado com maior profundidade, assim como os tratados sobre o Estado, sobre as relações humanas, sobre a felicidade, sobre a amizade, sobre as palavras.

A perspectiva do livro são os anos de 1940 a 1944, quando foi escrito, daí ser importante não perder contato com a história do momento em que surge O Pequeno Príncipe, momento esse, de grandes transformações na Europa.

Nesse cenário de guerra é construído O Pequeno Príncipe, que beira a iniciativa crítica do livro O Príncipe, de Maquiavel. Ao expor a fronteira entre Maquiavel e Exupéry, não se busca similaridade do nome, ou circunstâncias que os aproximem, a comparação é entre o escrito de um e outro autor. Há encontros em lados opostos, de um e de outro texto, razão da relevância de um estudo mais apurado, crítico e analítico.

Tratando O Pequeno Príncipe, com denodado esforço para afirmar um Estado onde o cidadão seja tratado como ser humano e não apenas como uma máquina de guerra surge a emblemática frase “Quando o mistério é impressionante demais, a gente não ousa desobedecer”. Assim era e tem sido a postura de governar, “mistério”, não há uma forma consciente de governabilidade, e pior, quando se chega ao tão sonhado “poder”, se deslumbra e foge a régia regra, em que um poder deveria advir do povo. Ora, se o poder deveria evidenciar a vontade do povo, quem deveria ser consultado para as mais importantes decisões e mudanças provocadas na sociedade?

Utopia, a palavra a ser pensada agora não é de todo remota ao texto, mas há de se dizer que o povo sabe a hora de dizer não a muitas coisas, foi assim no passado, pode ser assim no futuro. A história universal confirma que os grandes movimentos de mudança aconteceram com a negativa do povo a uma forma não racional de governar.

No encontro do pequeno príncipe com o rei há um valioso diálogo entre o personagem central e o monarca apontando para esse raciocínio:

“- Ah! Eis meu súdito! – exclamou o rei ao ver o visitante.
E o principezinho perguntou a si mesmo:
Como pode ele reconhecer-me, se jamais me viu?
Ele não sabia que, para os reis, o mundo é muito mais simples. Todos os homens são súditos” .


Num diálogo simples, porém arguto, usando da fronteira mais curta possível, o encontro de ambos os personagens transmite uma vertente interessante: um súdito não questiona seu rei, apenas obedece. Neste exato momento, mesmo pueril, encontramos o pensamento do principezinho: “Como pode ele reconhecer-me, se jamais me viu?”. O término do pensamento é glorioso: “Todos os homens são súditos”. Isso no fim é o importante para o monarca: estar nas suas terras é imediatamente ser súdito dele.

Um simples mortal, ao pensar nesse conjunto de palavras expostas, há de se perguntar: basta ter nascido em determinado espaço de terra e já me torno súdito? A resposta só pode passar pela afirmação. O homem é nada mais num reino senão apenas um pagador de impostos, e, numa carência grande da palavra menos chocante para nossos tempos, é simplesmente um súdito.

E um súdito que deve ter como seu único dever ser correto, pagando todos os impostos e taxas advindas de sua existência no local onde vive. Aprendendo, sua vida se resume a isso.

No livro O Pequeno Príncipe, há uma viagem de descobertas, nas quais se vislumbram os ensinos traçados e enviesados pela mente desse personagem inquieto. Em conversa com o rei, o pequeno príncipe diz adorar ver o pôr do sol , e pede em forma de favor que lhe proporcione ver um ao seu comando.O soberano responde:

“- Se eu ordenasse a meu general voar de uma flor a outra como borboleta, ou escrever uma tragédia, ou transformar-se numa gaivota, e o general não executasse a ordem recebida, quem, ele ou eu, estaria errado?”.

A pergunta pertinente do rei mostra uma perspicácia interessante sobre dar ordem, e esperar ser ela obedecida sem que passe pelo possível, realizável, razoável, e carregue em si um inquestionável comando a ser cumprido. O príncipe, de pronto, diz ao monarca que ele está errado. Ao prosseguir o diálogo, o soberano afirma:

“Exato. É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar - replicou o rei – A autoridade se baseia na razão. Se ordenares a teu povo que ele se lance no mar, todos se rebelarão. Eu tenho o direito de exigir obediência porque minhas ordens são razoáveis”.

É preciso analisar a que se refere o rei, “exigir de cada um o que pode dar”, por uma questão de fazer ver se em algum dia da história da humanidade os líderes tribais, reis, imperadores se firmaram apenas nesta questão: não ir além do que o súdito pode oferecer. Conferindo a história, não encontramos em qualquer período um bom-senso assim, mas, sim, exploração do mais alto grau a um limite sem precedente, a cada novo poder ao se levantar, surge então a pérola desse diálogo do rei com o príncipe, quando este oferece ao pequeno visitante o cargo de ministro da Justiça, e a pronta resposta é: “- Mas não há ninguém para julgar!”.

Surge então a pretensão mais astuta de um governante:

“- Tu julgarás a ti mesmo – respondeu-lhe o rei. – É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues fazer um bom julgamento de ti, és um verdadeiro sábio”.

Julgar, uma das questões mais cruciais e de maior demanda de tempo num reino. Porque dela se espera a chamada justiça que, na cabeça dos súditos, assume multiplicidade de valores pessoais nem sempre contemplados pela norma vigente. O que de verdade as pessoas querem num julgamento? O que é a justiça para elas? Qual o elenco de normas que devem ser aplicadas? Justiça, julgar, julgamento requer muito tempo e qualquer rei não quer perder seu tempo com questões pequenas, soluções rápidas acalmam os súditos, isso no final é o importante: mantê-los calmos para as fundamentais tarefas num reino, trabalhar, produzir, pagar impostos, produzir mais e pagar mais.

Numa mudança brusca de tema, o pequeno príncipe conhece um empresário. Percebe ser ele muito ocupado em fazer contas e não perde tempo nem em acender o cigarro, demonstra não ser adepto de futilidades e se diz ser sério. Sua conta é tão alta, chamando a atenção do principal personagem: “- Quinhentos milhões de quê?”, e como seu costume era nunca desistir de uma pergunta já feita, o empresário não vê outra saída se- não responder:

“- Milhões dessas coisinhas que se vêem às vezes no céu.
- Moscas?
- Não, não. Essas coisinhas que brilham.
- Vagalumes?
- Também não. Essas coisinhas douradas que fazem sonhar os preguiçosos. Mas eu sou uma pessoa séria! Não tenho tempo para divagações”.


Surge então a discussão sobre o possuir as estrelas, em que não há uma compreensão do pequeno príncipe, uma vez ser sua mente voltada para coisas efêmeras. Um brilho sutil se reflete na mente daqueles que, a exemplo do pequeno príncipe, sonham com o efêmero das coisas. Mas surge desse encontro uma ideia daqueles sonhadores apenas de riquezas, não se importando com o quê, nem como, querem ser ricos custe o que custar. Vivem num mundo mais calcado na vantagem de um “poder” aparente para os efêmeros, mas muito real em sociedades que se baseiam no quanto, nos números de coisas angariadas e constroem sobre isso uma sociedade dos aceitos e dos rejeitados, onde há a materialização dos sonhos, cumpre lembrar, o mesmo empresário diz sobre esse tipo de sonhadores de estrelas: “fazem sonhar os preguiçosos”. Não há como negar que a frase do empresário possui em si mesma uma aparente ironia, as estrelas sabem muito bem de sua fala.

Segue em sua jornada e depara-se com um acendedor de lampiões, um trabalho de sentido, cumpria seus propósitos e tinha regulamento, acender e apagar o lampião. Segue-se um diálogo:

“E tornou acender.
- Mas tornou de acendê-lo de novo?
- É o regulamento – respondeu o acendedor.
- Eu não compreendo – disse o príncipe.
- Não é para compreender – disse o acendedor – Regulamento é regulamento. Bom dia”.


No questionamento de não entender o porquê daquela forma de agir, sempre e sem parar, a explicação mais simples foi “regulamento é regulamento”, extrai-se daí, estranhamente, como deve funcionar o compromisso do funcionário com seu empregador, este é o regulamento, seguirei sem perguntar o porquê. Seria possível encontrar tal empregado que só para manter seu trabalho se permitisse regulamentos os mais difíceis possíveis? Uma discussão intermitente se daria se tal fato acontecesse, pois, evidente seria que o empregado, além de compreender o regulamento, teria que se adiantar a qualquer mudança e questionar se não há espaço para diálogo, assim sendo, poderia se chegar num bom senso comum de ajuste. Seria possível existir também tal reino?

Num reino assim, os dias durariam um minuto e em trinta minutos um mês já teria passado. Medida de tempo, respeitada como o acendedor respeitava, não lhe sobrava tempo a não ser para aquele único trabalho e mais nada. Viver essa medida de tempo, não ser inventivo para dentro do regulamento seguido nem arrumar um tempo, parece não envolver o acendedor e na conclusão do principezinho: “ser o único que se ocupa de outra coisa que não seja ele próprio”. Seria possível encontrar alguém preocupado com os outros e as outras coisas e não consigo próprio?

O próximo a ser visitado pelo príncipe é o geógrafo, que possuía livros enormes, e, ao ver o principezinho, exclama ser um explorador! Mas como os outros visitados, as perguntas vicejam e as respostas também, explicação de ser um geógrafo: um especialista em saber onde se encontram mares, montanhas, rios, cidades, desertos. Porém, com todo conhecimento do geógrafo, ele não podia dizer se existiam em seu planeta rios, mares, montanhas e muitas outras coisas. Explica também o tamanho do problema que poderia haver se os exploradores não fossem confiáveis, testados e inquiridos, imagine, uma montanha fora de seu lugar exato, um rio seguindo outra direção, o deserto ser o mar, grande confusão se formaria, a ponto de não serem precisas as explicações dadas. Como é próprio de os livros anotarem mapas, locais, e depois se perceber ser nada daquilo real, houve trocas gritantes. Conhecer o terreno, ou para onde se vai, é importante para quem deseja chegar, afinal, ainda que abstratamente a ideia de se chegar a algum lugar, em um momento da vida, num aspecto do tempo, tenha a sua importância.

O pequeno príncipe se ocupa em chegar a lugares e conhecer pessoas para confrontá-las, para aprender, ver, observar. Por isso, chegou ao planeta Terra. Viu em sua chegada um planeta enorme, comparado aos que já havia passado. Encontra-se com a serpente e pergunta onde exatamente está e se depara com o deserto, onde não há muitas pessoas. E fala:

“- A gente se sente um pouco só no deserto.
- Entre os homens a gente também se sente – disse a serpente”.


Solidão, tema absoluto do livro exposto, mexe em pontos soltos da vida solitária, de um reino habitado, mas apenas em sua superfície. Há um vazio mal resolvido, pouco mencionado, para quem sabe que o sentido de tudo que fazemos é um pouco mais real. O professor Márcio Pugliese afirma “o homem não é um ser para viver só”. Há um senso de procura, de refúgio, de desejo, que vai além do possível a ser compreendido em nossa mente. Obscura fica a vida num vazio constantemente preenchido apenas com a sensação incômoda da solidão. Não há necessidade de se estar sozinho para se estar só, pode-se estar numa multidão para se sentir em solidão. A companhia de alguém produz uma enorme dose de alegria para quem está sempre só. Se houver o ajuntamento de amigos, de uma porção de pessoas no desejo de se conhecerem, aí haverá uma explosão de alegria.

Próximo a essa constatação, chega-se ao ponto mais conhecido do livro, e com menor compreensão geral: o encontro com a raposa. Numa conversa aberta e franca se discute sobre cativar. O tema tratado como algo além do complemento do vazio merece a compreensão através do próprio texto:

“- Que quer dizer cativar?
- Eu procuro amigos. Que quer dizer cativar?
- É algo quase sempre esquecido – disse a raposa. – Significa criar laços “...


“Criar laços”, o poder desta pequena frase imputa à atmosfera algo maior, importante, um verdadeiro tratado nesse ponto sobre a amizade. Não há lojas de amigos, nem forma de comercializar a amizade, falta tempo para estar com amigos, sobra medo de criar laços para se cativar. “ Se tu queres um amigo, cativa-me.”

O que segue é a mais pura demonstração da arte de cativar amigos, cultivando-os por tempo indeterminado. Encontro, tempo para conversar, escolha do local certo, marcar locais especiais. Amizade sincera, sem interesse, busca do tempo “nós”. Inspirador e renovador.

Nesta viagem às páginas do livro O Pequeno Príncipe, ângulos diferentes poderiam ser descobertos, visitados. Entendemos ser um livro político em sua estrutura maior, mas não se dispensa a questão das descobertas de como é conviver com outras pessoas, o que não foge nem um pouco da política, uma vez ser ela em sua essência a prática de convivência com a sociedade.

Há uma frase que merece ser citada e se ter um pouco mais de atenção:

“Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.

Tratar do tema sobre o coração, algo próximo ao amor fraterno, físico, ou familiar é uma das tarefas difíceis em nossos dias, pois, falta-nos ver além do conhecido. E este ver bem com o coração, introduz um ver bem que só o coração pode enxergar. E fica mais curioso perceber que “o essencial é invisível aos olhos”. Essencial, essência é o que há de mais puro no que se procura. Se for num perfume, as essências são as que podem produzir muitos outros perfumes. Se for numa pessoa, é o mais profundo que se encontra no íntimo, o que não é revelado para ninguém, apenas “só se vê com o coração”. A invisibilidade é ver com quem se está verdadeiramente, ver não só a aparência, chegar à essência, não procurá-la. Esse é um verdadeiro segredo, enxergar bem com o coração, abstrair o desnecessário, para poder adentrar no essencial, invisível a qualquer tipo de olhar. Eis aí um grande desafio, chegar à essência.

Fim para um novo começo.
(Marcos Antonio Duarte Silva)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Afinal, aonde eu quero chegar?


Sempre acreditei que as escolhas que eu faço hoje vão me tornar a pessoa que serei amanhã. Ledo engano. Aprendi que primeiro eu tenho que saber o que eu quero ser amanhã, para balizar minhas escolhas HOJE. Acontecia que eu escolhia, escolhia, mas na verdade não sabia aonde queria chegar e, como dizia o gato de Alice nos País das Maravilhas: “pra quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve”.

Mudar é um assunto que está na “crista da onda”. Em toda revista de negócios lê-se sobre mudança, em todo livro de sucesso aborda-se o tema mudança, em quase toda conversa formal ou informal fala-se sobre mudança. Mas mudar só por mudar?! Isso não vale de nada. Tem gente que vive brincando de erro e acerto, como se fosse possível “jogar” com a vida.

A mudança, sob o meu ponto de vista, deve estar intimamente ligada a um propósito. O que eu quero alcançar fazendo isso desse jeito? Aonde quero chegar alterando a rota?

Provações diárias o farão perceber se você está ou no caminho certo, afinal há sempre a opção de desistir, e quando se quebra um paradigma tudo volta ao zero.

Existe uma pequena distância que separa o sonho da realização e essa distância não está no TENTAR. Ela está no sonhar e no realizar! Sonhar com a cabeça nas nuvens e os pés no chão, como diria meu amigo César Souza. Consciente de quem você é, do que você quer e do que precisa fazer e conquistar para chegar aonde se quer. Realizar não só com coragem, nem sempre de peito aberto, mas realizar na direção do sonho, de forma íntegra e baseada em valores que te guiem durante o trajeto.

Muito se fala em segredo... Não existe segredo para encurtar a distância que separa o sonho da realidade. O segredo para mim pode ser traduzido numa frase de Mário Quintana que diz que “O segredo não é correr atrás das borboletas, e sim cuidar do seu jardim para que elas venham até ele.”

A felicidade é uma meta para você? Para mim ela não é uma estação de chegada, mas um modo de viajar.
(Carolina Manciola)

Abra-te Mundo!!

O mundo se afasta e dá passagem para o homem que sabe aonde vai.
(David Starr Jordan)

A Canoa


Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro. Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro: Companheiro, você entende de leis? Não, respondeu o barqueiro. E o advogado compadecido: É pena, você perdeu metade da vida. A professora muito social, entra na conversa: Seu barqueiro, você sabe ler e escrever? Também não, respondeu o barqueiro. Que pena! Condói-se a mestra- Você perdeu metade de sua vida! Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco. O barqueiro preocupado, pergunta: Vocês sabem nadar? NÃO! Responderam eles rapidamente. Então é uma pena - Conclui o barqueiro. Vocês perderam toda a vida.

Não há saber maior ou saber menor.
Há saberes diferentes.
Pense nisso e valorize todas as pessoas com as quais tenha contato.
Cada uma delas tem algo de diferente para ensinar..
(Paulo Freire)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Motivos para amar

“Existem muitos motivos para não se amar uma pessoa, mas apenas um para amá-la”.
(Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 9 de maio de 2010

A Árvore do Dinheiro



"O desejo se origina no sistema límbico, a parte do cérebro responsável pela formação das emoções (...). Já a transformação do desejar em querer ocorre no córtex, local onde as decisões racionais são processadas. Conclusão: desejar é uma ação irracional; querer é racional."

"Desejar objetos de consumo é extremamente comum - e desejar faz bem. Pense que, se não fossem nossos desejos, ainda estaríamos vivendo nas cavernas. O progresso é produto do desejo, e não de nossas necessidades."

"Antes de gastar, pergunte-se se o item que você deseja consumir vale a quantidade de vida que você precisa despender para comprá-lo."

"Aprenda a cultivar prazeres de baixo custo e que não se esgotam materialmente, como a arte, a música e a leitura. Também não se deixe tomar pela neurose do pauperismo - a vida foi concebida para ser bem vivida e não para a autoflagelação.

Procure ensinar os filhos a gostarem de coisas que podem ser feitas sem despender muito dinheiro. Muitos pais chegam ao final da semana tão cansados que o único lazer que conseguem ter com os filhos é ir a um shopping center. Assim, os jovens aprendem que um passeio no shopping é sinônimo de diversão.

Que tal programar um lanche no parque ou brincar com algum jogo de que eles gostem? Ou, ainda, chamar os filhos para a cozinha e ensiná-los que fazer pizza ou sovar uma massa de pão também pode ser divertido? Tente fazer isso e veja se eles ficam tão ou mais contentes do que com um dia de enormes gastos no shopping. Mas, atenção: comece logo, pois, uma vez que estiverem viciados em consumo, será difícil alterar o comportamento."

"Se você pretende ficar rico, só existe uma receita: precisa gastar menos do que ganha e investir suas economias. Você deve poupar parte de sua renda e colocá-la para comprar ativos que gerem renda. Não há outra forma de enriquecer que não seja poupar e investir."

"Pior do que não se preocupar com dinheiro é viver apenas para ganhá-lo".

"Lembre-se: quando seu patrimônio puder sustentar seu nível de consumo, você será rico."

"'O que você sabe não tem valor. O valor está no que você faz com o que sabe.' - Bruce Lee, ator e diretor."

"'Um investimento em conhecimento sempre oferece o melhor retorno.' - Benjamin Franklin, filósofo e político americano."

"(...) o verdadeiro status advém do que somos, e não do que temos."
(Jurandir Sell Macedo Jr)

Adeus China - o último bailarino de Mao



"Divórcio está fora de cogitação. Mulheres que se divorciam são humilhadas, desprezadas, consideradas inferiores aos animais."

"Um filho podia trabalhar no campo. Um filho podia trazer uma nora para casa. Um filho podia dar continuidade à linha familiar. A falta de um filho era considerada a pior traição aos ancestrais."

"Não conseguia lembrar quantas vezes tinha desejado morrer para aliviar a carga financeira de meus pais. Teria dado a vida para ajudar a família, mas isso faria alguma diferença? Afinal, a quem pertence a vida?"

"(...) para ser o melhor, é preciso primeiro ter a ousadia de tentar! Nada é impossível para quem não tem medo. Não quero que seja o melhor da turma; quero que seja o melhor do mundo."

"Nada vem facilmente. Não há como cortar caminho. As coisas só acontecem quando se trabalha por elas. O tempo deve ser valorizado."

"Gostaria que você visse a dança de Barishnikov! (...) É melhor que Vasilev? (...) É sim, do ponto de vista técnico. (...) Barishnikov é hoje, provavelmente, o mais honorável bailarino do mundo. (...) Hoje, vamos mostrar O Quebra-Nozes e The Turning Point."

"Assistimos a filmes de balé russo, como Flor de Pedra, Lago dos Cisnes e Spartacus. Conhecemos estrelas famosas do balé russo, como Galina Ulanova, Maya Plisetskaya e, é claro, Vladimir Vasiliev. Fomos autorizados a assistir até mesmo ao famoso desertor russo Rudolf Nureyev dançando com Margot Fonteine, uma das bailarinas mais respeitadas do mundo."

"O Festival Ballet apresentou Gisselle (...), inclusive o famoso Étude, de Harald Lander, e, felizmente, não precisávamos mais analisar o conteúdo político do espetáculo."

"Como diz um antigo ditado chinês: 'O vento leva as palavras para outros ouvidos'."
(Li Cunxin)

O Caçador de Pipas



"Foi há muito tempo, mas descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque, de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar."

"(...) existe apenas um pecado, um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simplesmente uma variação do roubo. (...) Quando você mata um homem, está roubando uma vida (...) Está roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai. Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça."

"As crianças não são cadernos de colorir. Você não tem de preenchê-lo com suas cores favoritas."

"E, no final das contas, a pergunta que acabava sempre me impondo era: como é que eu, entre todas as pessoas, poderia punir alguém pelo seu passado?"

"Zendagi migzara, como dizemos, a vida continua... (...) Só existe o que você faz e o que deixa de fazer (...)"

"Mas o tempo pode ser uma coisa bem voraz - às vezes se apodera de todos os detalhes só para si mesmo."
(Khaled Hosseini)

Dom Quixote



"Um cavaleiro andante sem amores era uma árvore sem frutos, um corpo sem alma".

"(...) qualquer coisa basta, porque meus adornos são as armas e meu descanso é na peleja".

"Realmente estou um tanto dolorido. Só não me queixo porque isso não fica bem para um cavalheiro andante. Mesmo que minhas tripas estivessem saindo pelos ferimentos, jamais, soltaria um ai sequer".

"E quem erra nas pequenas coisas, erra também nas grandes".
(Miguel de Cervantes)

Filhos brilhantes, alunos fascinantes



"(...) a democracia das ideias é uma necessidade inevitável. Não é possível viver em liberdade sem respeitar os que pensam diferente de nós."

"Nietzsche pensou: 'Aquilo que não me mata, me torna mais forte'."

"Como sabiamente disse Alexandre Graham Bell, o inventor do telefone: 'Se andarmos apenas por caminhos já traçados, chegaremos apenas onde os outros chegaram'."

"Enxerguem o que está por detrás das cicatrizes dos seus pais, das suas manias, irritabilidade, impaciência. Cheguem em suas casas e perguntem pelo menons três coisas a eles: 1ª) quais são seus sonhos mais importantes; 2ª) quais foram os dias mais difíceis de suas vidas; 3ª) quais foram os momentos mais alegres de suas histórias."

"O verdadeiro amor cultiva-se no terreno da liberdade."

"Nada é mais frustrante para um mestre do que ensinar pra quem não quer aprender".

"Comentaram sobre os medos, a coragem e as angústias de Einstein. Disseram que foi um grande gênio, que produziu excelentes ideias, mas errou também. Errou principalmente ao deixar seu filho doente mental num hospital psiquiátrico por mais de vinte anos e nunca mais o ter visitado. Os alunos entenderam que o gênio da física conheceu muitíssimo o mundo de fora, o físico, mas tinha seus problemas, como todo ser humano, no mais complexo dos mundos, o psíquico."

"Os fracos julgam e excluem, mas os fortes incluem e compreendem."

"O futuro tem muitos nomes. Para os fracos, é o inatingível. Para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes, é a oportunidade."

(Augusto Cury)